Apesar das reviravoltas de última hora no card, o UFC 274 se provou ainda assim o melhor e mais empolgante card do ano. Além de boas lutas (com grandes nomes), pudemos ver em ação diversos brasileiros. Na luta principal, Charles Oliveira venceu Justin Gaethje ainda no primeiro round após quase ter sido derrotado na trocação. Apesar da vitória, Oliveira perdeu o titulo por não ter batido o peso da categoria após um polêmico ajuste na balança horas antes da pesagem oficial. Ainda assim, Dana White na coletiva de imprensa confirmou que Oliveira receberia os valores referentes ao PPV. Na segunda principal luta da noite, Carla Esparza venceu Rose Namajunas por decisão dividida (47–48, 49–46, 48–47) e assumiu o cinturão da divisão palha em uma luta pouco dinâmica, o que rendeu criticas para ambas.
Card principal
Charles Oliveira vs. Justin Gaethje
Categoria: Leve

De forma surpreendente, Charles Oliveira (33–8-1) venceu Justin Gaethje (23-4) por finalização ainda no primeiro round. Apesar da vitória, o brasileiro não manteve seu cinturão, perdido por não ter batido o peso. Mas agora, Charles deve disputar seu cinturão.
Gaethje esteve muito próximo de encerrar a luta ainda no primeiro round. Em duas oportunidades ele conseguiu um knock-down. Porém o brasileiro foi resiliente e conseguiu finalizar Gaethje no final do round.
Rose Namajunas vs. Carla Esparza
Categoria: Palha
Em uma luta ruim, pouco empolgante, Carla Esparza (20–6) venceu Rose Namajunas (12-5) por decisão dividida (47–48, 49–46, 48–47) e assumiu o cinturão da divisão palha. Essa foi a segunda vitória de Esparza contra Namajunas, ambas valendo o cinturão.
O round inicial foi pouco intenso e de muito estudo entre ambas as lutadoras. O segundo round foi igualmente morno, sem combatividade de ambas. Houve mais combatividade no terceiro round. Esparza chegou a tentar derrubar Namajunas, mas sem sucesso. Por outro lado, Namajunas conseguiu conectar alguns jabs em Esparza, mas sem contundência. O quarto round foi o mais intenso, Esparza em duas oportunidades esteve perto de conseguir derrubar Namajunas, que mostrou uma excelente defesa. Na trocação Namajunas não chegou a mostrar contundência, deixando a luta em pé mais parelha. O round final foi um resumo dos rounds anteriores. Pouca combatividade, com ambas assumindo pouco risco durante o combate.
Michael Chandler vs. Tony Ferguson
Categoria: Leve

Ainda no segundo round, Michael Chandler (23-7) conseguiu um nocaute avassalador sobre Tony Ferguson (25-7), interrompendo uma sequencia de duas derrotas seguidas no UFC.
Mais contundente na trocação, Ferguson se saiu melhor em pé. Porém, quando a luta foi para o chão, o ground-and-pound de Chandler na grade falou mais alto. No segundo round, de forma incrivel, Chandler nocauteou Ferguson após um chute certeiro em sua cabeça. Tamanha a força do chute, Ferguson ficou inconsciente por alguns minutos no octógono.
Shogun Rua vs. Ovince Saint Preux
Categoria: Meio-pesado
Depois de mais de um ano e meio fora do octógono, Mauricio Shogun Rua (27-13-1) retornou ao UFC com derrota (questionável em nossa visão) para Ovince Saint Preux (26-16), que venceu por decisão dividida (28–29, 29–28, 30–27).
Shogun começou em um ritmo mais lento o combate, possivelmente para preservar seu card até o terceiro round. Sua estratégia foi oscilar entre os chute baixos (na altura das pernas de OSP) e uma trocação rápida em alguns momentos. No geral foi um round muito apertado, mas com Shogun tomando a iniciativa. Seguindo orientações de seu corner, Shogun explorou mais os chutes no segundo round. Ele se saiu melhor de fato, mas foi um round mais morno, com ambos assumindo poucos riscos durante o round. O round final foi semelhante ao anterior, porém dessa vez OSP procurou mais o combate, talvez por saber que ele estava atrás na pontuação e precisava de uma boa performance no round final, mas não foi o que vimos.
Randy Brown vs. Khaos Williams
Categoria: Meio-Médio
Abrindo o card principal, e substituindo Donald Cerrone e Joe Lauzon, Randy Brown (15-4) e Khaos Williams (13-3) se enfrentaram pela divisão dos meio-médios. Brown levou a melhor ao vencer Williams por decisão dividida (29–28, 28–29, 29–28), garantindo sua terceira vitória consecutiva.
Brown e Williams fizeram um bom primeiro round. Brown começou melhor, mostrando mais acurácia nos golpes, mas do meio para o final do round, Williams cresceu, chegando a quase finalizar Brown em um determinado momento. O segundo round foi mais parelho. Williams continuou mais ativo na trocação, tomando a iniciativa do combate, mas foi Brown que se saiu melhor, mostrando não só uma boa esquiva mas também boa acurácia (novamente). Brown se saiu melhor também no round final. Brown até chegou a levar um golpe certeiro que o levou ao chão, mas sua dominância falou mais alto em nossa visão.
Por Silvio e Flavio Doria